Howl

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Sim, esse é o post que oficialmente resgata este blog do terrível fosso do esquecimento da internet. O post salvador da pátria, que traz consigo toda a esperança de um mundo melhor, onde todos se ajudam e a amizade é inerente à sociedade. Sem mais delongas, vamos falar dessa maravilha em forma de disco.

Howl é pra mim o melhor álbum desses adoráveis rapazes de São Francisco, Califórnia. O Black Rebel Motorcycle Club faz o tipo de música que todo BOM E PREZADO BADASS tem que curtir. Ouso dizer que esse é o álbum favorito de Clint Eastwood e que o espetacular ator o escuta enquanto prepara seu café da manhã em sua casa de campo.

O disco é bonito do começo ao fim, com várias influências que vão de Bob Dylan à Johnny Cash. Navega pelo blues, pelo folk, pelas baladas, mas não perde a essência southern que me fez gostar tanto desse álbum. É simples, mas com uma coisa meio complexa impossível de se explicar, assim como é a música que o B.R.M.C. produz.

A banda infelizmente nunca foi muito valorizada, muito menos em terras tupiniquins. Se não me engano vieram ao Brasil para o seu primeiro show em 2011, no finado SWU, depois de muitos anos de estrada.
E apesar das brincadeiras, acho que a definição desse disco é  realmente uma trilha sonora de um filme com Clint Eastwood e John Wayne como parceiros, chutando algumas bundas.

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Angles

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Quando os Strokes lançaram seu terceiro disco, First Impressions Of Earth, em 2006, muitos acharam aquele álbum o mais diferente lançado pela banda até então. Era o disco que, de certo modo, abandonou um pouco o rótulo de "banda de garagem" e, definitivamente, elevou os norte-americanos ao patamar de banda grande. As músicas mais trabalhadas foram o sinal verde para uma nova fase na vida dos Strokes, em todos os sentidos. Sinal verde para os projetos-solo engavetados pelos integrantes, sinal verde para um hiatus na carreira da banda.
O vocalista Julian Casablancas lançou em 2009, um álbum solo intitulado Phrazes for The Young. O baixista Nikolai Fraiture tem o projeto paralelo Nickel Eye. O guitarrista Albert Hammond Jr. também tem seu próprio disco, chamado Yours To Keep. E por fim, o baterista "brasileiro" Fabrizio Moretti tocou no elogiadíssimo Little Joy.

Desde então, muito se falou sobre um possível fim da banda. De projetos em projetos, os Strokes deixavam os fãs cada vez mais confusos. Declarações como a do guitarrista Nick Valensi, para o website musical Pitchfork, dão uma noção sobre qual era o clima na banda pós-First Impressions:

"Eu não sou um grande fã de trabalhos solo. Eu sou da opinião de que, se você está numa banda, é isso o que você faz. Se há material de sobra e tempo disponível, então tudo bem. Mas se você está tocando o material que você ainda nem apresentou à sua banda principal e está guardando para si mesmo, não acho isso legal. Nesse ponto, não sei nem mesmo se teremos um quarto álbum."


Quando parecia que os Strokes seguiriam o já tradicional caminho sucesso-brigas-fim que muitas bandas seguiram, eis que surge, no website da banda, um aviso de que, o grupo estava de vola à ativa. Após uma espera de cinco anos, os nova-iorquinos lançavam um álbum com material inédito. O disco, chamado Angles, teve seu lançamento anunciado para o dia 22 de Março e fez com que a expectativa dos fãs ao redor do mundo aumentasse cada vez mais.

Toda a epopéia chamada Angles começou com o download gratuito, fornecido pela banda, do single Under Cover of Darkness. Após alguns minutos, o endereço http://new.thestrokes.com/ já estava fora do ar devido  às centenas de milhares de acessos. Os Strokes, definitivamente, estavam de volta.
Neste disco, é notável a diferença musical da banda em relação aos outros álbuns. Os elementos eletrônicos e influências dos anos 70/80 dão o tom em um trabalho que é a síntese de, quem sabe, uma nova fase na carreira do grupo. Pela primeira vez, desde a criação da banda, o processo criativo não ficou centralizado apenas em Casablancas, o que ajudou a diversificar o repertório dos Strokes. Apesar de algumas "recaídas" aos velhos tempos, Angles é a prova perfeita de que Julian e Cia. estão evoluindo, em todos os sentidos.
Pra quem achava que First Impressions of The Earth era diferente, o espanto ao ouvir o álbum será imediato, por razões óbvias. Entretanto, por mais estranho que seja no início, o ouvido se acostuma, de uma forma bem positiva, ao "novo Strokes".
A era de ouro da banda, no começo dos anos 2000, já se foi. Gostando ou não, o fato é que os integrantes, com todos os projetos já aqui citados, cresceram, musicalmente falando. Esperar um novo Is This It ou Room On Fire é aquele tipo de utopia que já ouvimos centenas e centenas de vezes.

E só para lembrar, esse ano ainda tem coisa nova dos Arctic Monkeys, preparem seus ouvidos para o "lamento" de fãs...

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Different Gear, Still Speeding

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Dizer-se fã de alguém ou alguma coisa é, pelo menos para mim, algo muito relativo. O significado de fã pode variar, e muito, de pessoa para pessoa. Para uns, fã é aquele que sabe a data de nascimento do cão de estimação de determinado artista.  Para outros, nada disso importa.
Sendo fã ou não, a questão é que o Oasis é, de longe, minha banda preferida. Posso dizer com absoluta certeza que eles foram os principais "culpados" pelo início dessa minha paixão pela música. Foi deles o primeiro disco que eu realmente ouvi, foi deles o primeiro clipe que eu realmente gostei. Até hoje continuo sendo um admirador incondicional do que os Gallagher fizeram.

A questão é que, assim como eu, muitos desses fãs acham que Liam Gallagher é um compositor mediano - sendo bonzinho - se comparado ao irmão mais velho, Noel. Quem pesquisar um pouco por aí verá que, desde o início, a responsabilidade pela criação das músicas do grupo foi sempre de Noel. E, cá entre nós, hinos como Don't Look Back In Anger, Live Forever, Whatever - e até o maior hit da banda, Wonderwall - mostram que essa expectativa foi muito bem atendida. Praticamente tudo que o Oasis produziu, desde sua criação, foi fruto do que Noel Gallagher produziu.
Aí veio o ano 2000, o fim do século, o fim de uma "era" da banda britânica. Com ele também vieram composições do outro irmão e assim o mundo pôde conhecer um novo lado, o lado Liam. Com Little James, o caçula estreou sua primeira música no disco Standing On The Shoulder Of Giants. Claro, não foi unanimidade entre os fãs e continua não sendo. Inegavelmente, Liam Gallagher viveu sempre sobre a sombra de Noel enquanto os dois faziam parte de uma mesma banda.

Apesar de tudo, as músicas do Oasis passaram a ser mais "dividas". Além de Liam, o guitarrista Gem Archer e o baixista Andy Bell também começaram a compor músicas para os discos pós-Standing. É notável - pelo menos pra mim - a melhora de Liam. I'm Outta Time ,uma de suas últimas músicas com o Oasis é também uma das minhas favoritas do disco Dig Out Your Soul.
Alguns meses depois, a banda acabou de vez. Em uma apresentação em um festival francês, em 2009, o Oasis acabou em meio as já tradicionais polêmicas que sempre cercaram a banda: guitarras quebradas, supostas ofensas pessoais entre os irmãos - que mal se falavam - nos bastidores e o fim de uma das maiores bandas inglesas de todos os tempos.


Ainda sim, o fim do Oasis foi considerado uma boa notícia para o resto da banda. Após as brigas com Noel, Liam e os outros integrantes formaram a Beady Eye. Enquanto o irmão mais velho quis paz e tranquilidade com sua esposa e seus filhos, o mais novo estava a todo vapor, compondo com Andy e Gem o que seria o primeiro disco de todos ali na era pós-Noel.
Com as esperanças de um retorno praticamente acabadas, coube aos fãs aguardar o lançamento de Different Gear, Still Speeding. Ainda não foi lançado, mas o álbum já está disponível internet afora há algumas semanas. Ouvindo o disco pela primeira vez, cometi talvez o mais comuns e mais inevitáveis dos erros: uma comparação com a antiga banda de Liam. Esperar que a Beady Eye supere o que foi o Oasis é o pensamento mais utópico possível. É como esperar que um álbum solo de Roger Daltrey/Pete Townshend seja melhor que qualquer disco do The Who, ou tentar imaginar como seriam os Beatles sem McCartney ou Lennon (guardadas às devidas proporções).
Agora, se você ouvir este álbum sem nenhum tipo de comparação, como eu fiz depois de algum tempo, posso te garantir: a Beady Eye não te decepcionará. Não é o mais espetacular dos álbuns mas é, sim, bom. É notável a melhora do trio Liam-Gem-Andy nas composições e o piano que parecia pesar nas costas de todos aparentemente foi embora junto com Noel.

Considerando tudo que os integrantes passaram há pouco tempo, Different Gear, Still Speeding é, quem sabe, o surpreendente grito de independência de Liam Gallagher, ainda que seja um pouco cedo para dizer se essa é a banda definitiva dos próximos álbuns. Talvez o título do disco seja a primeira das muitas respostas que Our Kid ainda nos dará.

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The Queen Is Dead

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Há exatamente dois posts atrás, falei sobre uma dessas bandas com carreiras curtas, poucos discos e muito talento. Do tipo que lançam discos e pouco tempo depois já estão entrando no seleto grupo de bandas lendárias, e que, dificilmente sairão de lá. Foi assim com os Stone Roses, mas principalmente, foi assim com os Smiths. Uns garotos de Manchester que resolveram formar uma banda para cantar as poesias que faziam em casa, em um universo musical que era cada vez mais dominado pelo New Wave e seus sintetizadores.

Uma banda que, por ironia do destino - ou ironia dos integrantes mesmo -, tinha como nome o sobrenome mais comum de todo o Reino Unido. Felizmente, a "normalidade" da banda acabava por aí. Entre belas letras sentimentais e melodias muito bem trabalhadas, a dupla Morrissey (vocais) e Johnny Marr (guitarra) - a banda ainda contava com Andy Rourke no baixo e Mike Joyce na bateria - proclamava, de música em música, que aquele disco seria o amadurecimento musical do grupo.

Particularmente, tenho uma relação muito pessoal com os Smiths. Coisa de família mesmo. Meu pai estava cantarolando esses dias a música "Ask" enquanto o videoclipe passava na televisão. É uma das bandas preferidas dele porque enquanto Morrissey cantava todos os tipos de angústias e medos de uma geração lá na Inglaterra, ele fazia parte dessa geração aqui no Brasil. Se algum dia um cientista desocupado descobrir que gosto musical é uma característica hereditária, eu serei o primeiro a acreditar.

The Queen Is Dead é considerado por muitos o melhor disco dos Smiths e, consequentemente, um dos melhores dos anos 80. Após o fim da banda em 1987, a influência deste trabalho em outros grupos é facilmente detectada. Morrissey se consolidou com sua carreira solo e Johnny Marr fez parte de boas bandas como Modest Mouse e The Cribs. Rourke e Joyce, assim como quando faziam parte dos Smiths, não obtiveram o mesmo sucesso da dupla principal, apesar de ambos terem trabalhados em alguns projetos (um deles com o próprio Morrissey).
A penúltima canção do disco, There Is A Light That Never Goes Out, é considerada uma das melhores músicas da carreira dos ingleses. Quem diria, acabou sendo uma espécie de profecia da era pós-Smiths. A luz daquela que é uma das mais influentes bandas inglesas, nunca se apagou.

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Acabou Chorare

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A música brasileira é, sem dúvidas, uma das maiores riquezas - se não a maior - que nosso país já produziu, e não há quem me convença do contrário. Pesquisar sobre a cultura brasileira, em especial os anos de repressão da ditadura militar, é uma das coisas que mais gosto. Afinal, toda a produção cultural da época, apesar dos quarenta e poucos anos depois, continua sendo maravilhosa e atemporal. A maioria das letras tinha algum tipo de cunho político e como se não bastasse, as músicas contavam ainda com uma grande sofisticação na melodia, traduzida em belíssimos arranjos. Até mesmo as canções que não tinham como foco a situação política do Brasil, passavam alguma mensagem.

E foi dessa "curiosidade", que acabei descobrindo - ou redescobrindo, afinal, já os conhecia - os Novos Baianos, um dos maiores e diferenciados expoentes da música brasileira dos anos 70. Composto por gênios da música, o grupo atingiu seu ápice com o álbum Acabou Chorare considerado por muitos o melhor e mais importante álbum da história da música nacional. Em 2007, a revista Rolling Stone colocou o disco em primeiro lugar na lista dos "100 maiores discos da música brasileira" a frente de grandes artistas como Gilberto Gil, Chico Buarque, Jorge Ben Jor e Os Mutantes.

Os Novos Baianos foram compostos por Moraes Moreira (vocais e violão), Baby Consuelo (vocais), Pepeu Gomes (guitarra), Paulinho "Boca de Cantor" (vocais), Luiz Galvão (compositor principal) e também contavam com o grupo de apoio "Os Leifs" em suas apresentações. Posteriormente, com a saída de Moreira do grupo, Os Leifs passaram a se chamar "A Cor do Som" e acompanharam o cantor por sua carreira solo.

O grupo é, talvez, a maior demonstração do quanto a música brasileira deve ser valorizada, por sua história e qualidade. É praticamente impossível não viajar ao som da voz maravilhosa de Baby em "A Menina Dança", a poesia cantada de Paulinho em "Mistério do Planeta" - menção honrosa aos arranjos espetaculares de Moraes Moreira - ou um inspiradíssimo Pepeu Gomes na guitarra. Resumindo, da forma mais breve possível, os Novos Baianos foram, são, e sempre serão sinônimo de inovação e talento, do mais puro possível.

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The Stone Roses

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De acordo com o Dicionário Aurélio, a palavra "Clássico" é definida por:

Considerado como um modelo do gênero: obra que se tornou clássica.

Se existe uma definição fria e calculista para o álbum de estréia dos Stone Roses, ela acabou de ser escrita, algumas palavras atrás. O disco homônimo é, sem dúvidas, um marco na história da música britânica.
Criada em 1985 por Ian Brown (vocais), John Squire (guitarra), Mani (baixo) e Reni (bateria) na cidade de Manchester, a banda trilhou um dos caminhos mais curtos, porém, "eternos", do Reino Unido. Ao lado dos conterrâneos The Smiths, os Stone Roses entram, com absoluta certeza, no hall de bandas que precisaram de apenas poucos anos para construir histórias fascinantes e fãs absolutamente apaixonados. Um dos precursores do movimento apelidado "Madchester", o grupo tem em seu primeiro disco o maior alicerce do sucesso que banda conquistou ao longo dos anos.

O primeiro contato que tive com os Roses foi com a belíssima colêtanea "The Complete Stone Roses". Diferente do habitual, essa compilação foi bem recebida tanto por fãs como críticos. Com muitas b-sides e praticamente todas as músicas lançadas pela banda sob o selo da Silverstone (primeira gravadora), o disco contou com músicas remasterizadas e novidades por parte dos produtores da coletânea. Algumas faixas não tem os arranjos tradicionais (I Wanna Be Adored foi retirada do single do vinil de 7", portanto, está sem a belíssima introdução presente no disco original), porém, sem tirar a imponência das músicas que fizeram a banda ser referência para praticamente todos os artistas da era britpop.
Noel e Liam Gallagher, ex-integrantes do Oasis, já citaram diversas vezes os Roses como referência musical, daquelas que influenciam carreiras inteiras. Inclusive, Noel trabalhou, no ano de 2004, em uma música com o ex-Stone Roses Ian Brown, chamada "Keep What Ya Got" (você pode ver o vídeo de uma apresentação ao vivo dos dois aqui).

Normalmente o disco de estreia pode destruir ou impulsionar a carreira de uma banda. No caso dos Stone Roses, esse debute foi o que tornou a banda sinônimo de grandeza e belíssima música. Estar entre os melhores discos britânicos de todos os tempos é apenas o bônus para eles, afinal, fazer as músicas que todos já conhecemos é, convenhamos, coisa para poucos e talentosos artistas.

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Perfomance and Cocktails

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Stereophonics é uma banda que sempre me cativou um bocado. Eu costumava ouvir a coletânea Decade In The Sun: The Best of Stereophonics e achar a voz de Kelly Jones algo sublime, porém, nunca fui de verdade atrás dos outros discos. Mal sabia o que estava perdendo.A discografia da banda é uma das coisas mais legais de se ouvir lá pelos lados do Reino Unido desde os álbuns do britpop (apesar do Stereophonics ser rotulado como tal). 

Resolvi falar sobre o que é, na minha opinião, o melhor álbum deles. Além de ser o disco que praticamente consolidou a carreira da banda, as composições que fazem parte deste trabalho são excelentes. Os três integrantes - Kelly Jones nos vocais e guitarra, o baixista Richard Jones e o (agora ex) baterista Stuart Cable - parecem estar mergulhados em uma harmonia indescritível. A voz de Kelly está melhor do que nunca e a banda consegue alternar entre verdadeiros hinos seguidos por músicas mais pesadas, com guitarras e batidas rápidas. O maior exemplo está nas faixas 5 e 6. A maravilhosa Just Looking é seguida pela agitada Half The Lies You Tell Ain't True , balanceando de forma perfeita a essência do disco e a essência da banda. Os Stereophonics, são, acima de tudo, grandes compositores e grandes músicos, fazendo o ato de ouvir um disco como o Perfomance and Cocktails uma verdadeira viagem sentimental, no melhor dos sentidos.


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