Perfomance and Cocktails



Stereophonics é uma banda que sempre me cativou um bocado. Eu costumava ouvir a coletânea Decade In The Sun: The Best of Stereophonics e achar a voz de Kelly Jones algo sublime, porém, nunca fui de verdade atrás dos outros discos. Mal sabia o que estava perdendo.A discografia da banda é uma das coisas mais legais de se ouvir lá pelos lados do Reino Unido desde os álbuns do britpop (apesar do Stereophonics ser rotulado como tal). 

Resolvi falar sobre o que é, na minha opinião, o melhor álbum deles. Além de ser o disco que praticamente consolidou a carreira da banda, as composições que fazem parte deste trabalho são excelentes. Os três integrantes - Kelly Jones nos vocais e guitarra, o baixista Richard Jones e o (agora ex) baterista Stuart Cable - parecem estar mergulhados em uma harmonia indescritível. A voz de Kelly está melhor do que nunca e a banda consegue alternar entre verdadeiros hinos seguidos por músicas mais pesadas, com guitarras e batidas rápidas. O maior exemplo está nas faixas 5 e 6. A maravilhosa Just Looking é seguida pela agitada Half The Lies You Tell Ain't True , balanceando de forma perfeita a essência do disco e a essência da banda. Os Stereophonics, são, acima de tudo, grandes compositores e grandes músicos, fazendo o ato de ouvir um disco como o Perfomance and Cocktails uma verdadeira viagem sentimental, no melhor dos sentidos.


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Track by track

  1. Roll Up And Shine - O disco inicia com um cartão de visitas agitado até certo ponto, com a perfeição da voz de Jones sendo demonstrada a todo momento. No meio da música entram alguns tambores dando um tom diferente e bom de se ouvir. 
  2. The Bartender And The Thief - A segunda faixa do disco é o hit The Bartender and The Thief , que continua com a pegada agitada e excelente da banda. Guitarras e baterias a todo o vapor em uma musica cativante.
  3. Hurry Up and WaitÉ nessa faixa que conhecemos a fase de baladas e músicas mais calmas do disco. O tipo perfeito de canção para se ouvir em um dia chuvoso pensando naquela decisão errada que você tomou. É, além de tudo, uma música profunda.
  4. Pick A Part That's New - Uma das músicas que estão na coletânea citada anteriormente. Ótima e simples, como toda música deve ser.
  5. Just Looking - Enfim chegamos ao ponto alto do disco. É, de longe, a melhor música de Performance and Cocktails. Voz, guitarras, baterias e letras, tudo em sintonia. A típica música reconhecida nos primeiros três segundos pelo público turnês afora. Genial e maravilhosa.
  6. Half The Lies You Tell Ain't True - Apesar da boa letra, não consegue manter o nível do disco. Na minha opinião, uma das poucas que não se encaixam no álbum.
  7. I Wouldn't Believe Your Radio - Outra música presente na coletânea da banda. Do começo ao fim é uma música que tem em sua letra o grande trunfo, apesar do belo acompanhamento do violão e o pequeno arranjo de guitarra no meio da canção.
  8. T-Shirt Sun Tan - Pra pular em um show da banda. Guitarras perfeitas. Bom refrão, boa música.
  9. Is Yesterday, Tomorrow, Today? - Uma das melhores baladas do disco.
  10. A Minute Longer - Outra balada legal. Essa música deveria fazer parte da trilha sonora da vida de todo mundo.
  11. She Takes Her Clothes Off  - Melhor música entre as menos conhecidas do disco. Letra arrebatadora, sobre uma mulher numa crise de identidade (pelo menos foi o que eu entendi). A versão ao vivo também é muito boa. Foda!
  12. Plastic California - É a música mais agitada de toda a parte final do disco. Não é ruim, tampouco espetacular. 
  13. I Stopped To Fill My Car Up - A música mais intimista de todo o disco, boa parte de toda ela consiste apenas na voz de Kelly Jones e o piano. Lá pela metade da música é que Richard Jones e Stuart Cable entram com a bateria e o baixo. Os backing vocals só melhoram ainda mais a qualidade da canção. Ótima maneira de fechar um dos melhores discos da banda.

Nota
9/10

Melhor música
Just Looking

Prestar atenção em
She Takes Her Clothes Off

Curiosidades
A arte da capa é uma imagem onde um casal se beija em um campo de futebol, localizado embaixo da ponte Westway, em Londres. A foto foi tirada por Scarlet Page (filha de Jimmy Page), e mostra uma mulher com um olhar de indiferença enquanto é beijada. Anos depois, descobriu-se que a modelo Lucy Joplin era a mulher em questão, e que o olhar indiferente, bom... De acordo com a própria, o olhar só foi conseguido graças a noite anterior em claro à base de absinto e ópio. Lucy ganhou 75 libras pela foto e gastou tudo em roupas íntimas. Mal sabia ela que a foto se transformaria numa espécie de marco na carreira dos Stereophonics.